- Mestre…
- Sim, João?
- O que devo fazer para ser feliz?
- Para ser feliz… e sentes-te infeliz neste momento, é isso?
- Sinto… sinto-me infeliz.
- E lembras-te…. Lembras-te do dia, da hora… em que começaste a sentir-te assim?
- Lembro…
- Então… porque não voltas atrás, até esse dia… até essa hora, João?
- Mestre…
- Sim, João?
- Porque são as escolhas sempre tão difíceis?
- As escolhas, João… sim… nem todas, mas muitas são difíceis…
- Fiz uma escolha difícil, mestre.
- Compreendo, João…. E foi isso que te deixou infeliz?
- Suponho que sim… antes da escolha… eu era feliz…
- Tens a certeza, João? Tens mesmo a certeza que antes da decisão… eras feliz?
- Ao menos, não me preocupava com nada, mestre… não pensava tanto como agora…
- Sim… a ignorância abre as portas de um certo tipo de felicidade, é verdade… mas não é também verdade, João, que o crescer, dói? Nunca te doeu crescer? Até fisicamente?
- Doeu sim, mestre…. Lembro-me bem…
- Algum dia preferiste não crescer…. E assim parar o sofrimento?
- Mestre…
- Sim, João?
- Quando eu for mais velho… assim da sua idade…. Vou deixar de ter todas estas dúvidas, todo este sentir-me infeliz por querer ter tudo…. E não poder?
- Claro que vais João, claro que vais…
- O mestre também tem dúvidas?
- João…
- Sim, mestre?
- Sabes… sou bastante mais velho do que tu… e tudo o que me perguntaste até agora poderia ser-te devolvido na forma de uma única pergunta…
- E como seria essa pergunta, Mestre?
- João… se não tivesses tomado essa decisão que tanto te aflige agora… conseguirias viver com o fardo de não a ter tomado? Porque a vida resume-se a muito pouco… a um mero jogo de acções e consequências… e só as acções geram consequências. Por isso te pergunto: Conseguirias viver com o fardo de não te teres aventurado na decisão que tomaste?
- Não mestre…. Não conseguiria…
- Assim pensei, João… e se pensares tu também…. Creio que é nessa resposta que terás que encontrar motivos para te sentires feliz…
. Sinais
. O rei morreu... Viva o re...
. Fé