
- Meu amor...
- Não me chames amor... quando estou irritada contigo.
- Mas... não deixas de ser o meu amor, mesmo irritada. E posso saber porque estás irritada?
- Suspeito que estás a fazer-me ciumes... de propósito.
- Ciumes? Essa agora... mas tu nem és ciumenta...
- Quem te disse isso?
- Amor...
- Já te disse que não me chamasses isso, nestas alturas.
- Amor... desculpa se te aborreci... mas a sério... nem sei o que te aborreceu...
- Sabes sim, oh se sabes... ou o modo como tratas todas aquelas tuas amigas não te parece... excessivo?
- Amigas? Mas... eu sempre tratei assim todas as pessoas, amigas e amigos...
- Isso foi antes...
- Antes de quê?
- Antes de estarmos juntos.
- Amor...
- ...
- Tu nunca foste ciumenta... porque estás a sê-lo agora?
- Porque gosto de ti, simplesmente. É pecado, gostar de ti?
- Não... pelo contrário.... é maravilhoso. E o que fazes com essa flor na mão?
- Vou colocá-la num jarro com água. Ofereceram-me ontem no autocarro, um senhor que veio ao meu lado durante toda a viagem...
- ...
- Não dizes nada?
- ...
- A sério que não dizes nada? Tu nunca foste ciumento, pois não?
- Talvez tenha passado a ser... agora assim de repente.