
Era uma vez uma menina, de olhos negros e longas tranças no cabelo.
Como todas as meninas, gostava de brincar com bonecas, em castelos e contos de fadas, inventando príncipes e princesas, reinos de magia, bolas de algodão doce e céus azuis pejados de arco-iris.
A infância era feliz.
Todas as infâncias deveriam ser assim, felizes.
Com tempo para brincadeiras, correrias nos pátios da escola, sorrisos abertos.
Aquela menina possuía no entanto… um dom especial.
No recanto seguro do seu quarto, pintava pedras.
Grandes, pequenas, de todas as formas e feitios. Aprendera a gostar das pedras, tal como aprendera a gostar de pintar, observando a mãe, quando esta se perdia no jardim, falando com as flores.
Como era linda, a sua mãe.
E como gostava de a desenhar, de memória, de olhos fechados, rabiscando na folha de papel os traços meigos do seu rosto.
Naquele momento, as suas mãos seguravam duas pequenas pedras, estranhamente iguais a dois corações. Encontrara-as à beira do rio, encostadas uma à outra.
Quando reparou nelas, foi como se um vento súbito lhe varresse a alma de uma cor límpida, como se de repente a primavera tivesse entrado sem pedir licença a ninguém. Apanhou-as, cheia de cuidado.
Agora… agora as duas pequenas pedras, os dois pequenos corações fitavam-na, pousados sobre a mesa de madeira do quarto, a tinta vermelha ainda por secar, brilhantes.
Uma seria para si.
Guardá-la-ia sempre junto ao coração.
A outra… sempre tivera um destino certo para ela…
Pouco depois, descia as escadas a correr, um embrulho a chocalhar com uma pequena pedra colorida dentro, um vistoso laço vermelho por fora.
- Mãe…. Mãe… - ia gritando - onde estás? Tenho aqui uma prenda para ti… onde estás?
Nota: Para a Gislene, uma daquelas raras pessoas que sabe contagiar os outros.
Olá Rolando
Este texto é a prova que não são precisos grandes gestos para demonstrar o carinho que se sente por alguém. Na simplicidade encontramos sempre a melhor forma de partilhar sentimentos.
Uma pequena pedra pintada será para aquela mãe um tesouro que guardará eternamente no coração.
Que bom este contágio!
Um bom dia para ti
Beijos
Manu
Oi, Manu...
Tantas e tantas vezes... deixamo-nos enrolar pelo complicado, pelo elaborado, esquecendo precisamente isso, esquecendo que a simplicidade é sempre... o toque mágico.
Quem gosta... não precisa do "pacote". Só precisa do conteúdo...
Beijos.
Rolando
Porque o amor envolve ternura, porque os teus contos são sempre lindos! Beijos.
Olá, Paula...
O amor envolve sempre ternura, sim.
E envolve gestos simples, quase despercebidos.
Como pequenas pedras coloridas.
Muitos beijos.
Rolando
Rolando,
Saudades...muitas saudades!!
Vejo que não estou sozinha nestes sonhos. Também, eu, já pintei muitas pedras, de todos os tipos e tamanhos, e já ganhei de minhas filhas, lindas pedras. Ficam guardadas em um antigo Porta-jóias, daqueles que se passa de mãe para filha, desde o tempo das tataravós.
Não conheço, ainda, o blog da Gislene, mas passarei por lá...
Mas, Rolando, vim, também, aqui, carinhosamente e respeitosamente, pedir a sua mão...Posso? Para colocar no novo blog que eu e Deusa fizemos: www.maodehomem.blogspot.com ...passe por lá. Nosso blog não será nada sem a sua mão. Mãos encantadas, de escritor, de sonhador..
Podes dar uma mãozinha?
Milhões de beijos,
Regina d’Ávila.
Querida Regina...
És uma felizarda, por já coleccionares pedrinhas coloridas das tuas filhas...
O amor é feito de coisas tão pequenas, não é?
Pedras, flores, pequenos recados de papel, canções desafinadas... e tudo só fazendo sentido para alguns. É como uma cumplicidade secreta, um código com regras por vezes ridiculas, mas que resultam, que unem...
Estarei a ser tonto, ou consegues perceber ?
Sabes que por vezes me perco.
Um beijo enorme
Até já.
Rolando
Rolando,
Sempre que venho aqui recolho uma pedrinha vermelha para alegrar o meu dia... E já foram tantas, que tenho uma caixinha onde guardo as melhores jóias recolhidas em teu espaço. Obrigada!
Ah, Julieta....
Perdoa se não te visito tantas vezes como me visitas.
Tens uma sensibilidade que vai muito além das pequenas pedras coloridas que, sei-o bem.... também distribuis aos que te cercam.
Felizes também esses que te rodeiam.
Muitos beijos
Rolando
De
Rosinda a 24 de Outubro de 2009 às 14:18
A suprema felicidade da vida é ter a convicção de que somos amados. (Victor Hugo)
Belo texto...
Tudo de bom...
Olá, Onix...
É... Victor Hugo sabia bem o que dizia...
Sempre acreditei que neste sentimento... o ideal era sermos sempre devedores, conseguirmos ter aquela sensação de que damos sempre mais que o que recebemos...
Um óptimo domingo para ti...
Rolando
De
mfc a 24 de Outubro de 2009 às 15:20
Pensar em quem se gosta já é por si alguma felicidade.
Oi, mfc...
Alguma, sim.
Mas suspeito que gesto após gesto, vamos querendo sempre mais. As grandes amizades começam com pequenos gestos.
Será assim no amor?
Tudo de bom para ti...
Rolando
Um belo conto/poema. Sensibilizou-me imenso.
Um abraço.
Oi, Graça...
Talvez - atrevo-me a dizer - porque tu própria também sentes prazer em espalhar pedrinhas por entre os que te rodeiam?
Beijos
Rolando
De
GISLENE a 24 de Outubro de 2009 às 15:48
OI, ROLANDO
UM SORRISO...
LÁGRIMAS NOS OLHOS...
E SEM PALAVRAS...
OBRIGADA, BEIJOS
GISLENE.
Gislene...
Eu sei, podia ter avisado do que pretendia fazer. Mas quis fazer-te esta surpresa, super merecida.
Continua a espalhar pedrinhas, está bem?
Beijos
Rolando
De
libel a 25 de Outubro de 2009 às 01:21
Olá Rolando,
Revi-me na tua linda história, sou uma sortuda, tenho o maior amor do mundo.
Beijinhos
Ah, Libel...
Então sabes bem o prazer de " distribuir pedrinhas".... não sabes?
Um beijo, um domingo cheio de sol para ti.
Rolando
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